quinta-feira, 23 de julho de 2009

Gordinhas têm "Dia de Princesa" e levantam bandeira da real beleza

Mulheres acima do peso fazem Dia de Modelo Pluz SizeEnquete

Você acha que é possível ser feliz exibindo quilinhos a mais?
Sim
Não



As lingeries fizeram parte de apenas um pedaço da sessão. Durante sete horas, o fotógrafo Hilton Costa, usou toda a sua bagagem em clicar modelos profissionais, e tirou o melhor de 12 mulheres aparentemente tímidas. Depois dos primeiros cliques, algumas já mostraram total desprendimento. "Quero uma foto deitada. Mas veja o melhor ângulo, hein?", disse Neilane Silva. Com peças íntimas ou looks sensuais, a proposta era ousar na atitude e provar que toda mulher tem seu lado fatal, independente do número do manequim.

O encontro, batizado de Dia da Modelo Plus Size, foi uma iniciativa do blog Mulherão da jornalista Renata Poskus, que por um ano, divide sonhos e experiências e alavanca a auto-estima de mulheres nem um pouco esquálidas ou insatisfeitas com suas curvas. Aliás, tipos Bündchen, não são exemplos a serem seguidos ou corpos a serem copiados. "Quis mostrar que também somos capazes de ficarmos sensuais, bonitas, mesmo com quilinhos a mais", disse Renata, que não parece desagradar à balança depois de perder oito quilos.

Depois de uma farta vaquinha, mulheres de São Paulo, Rio de Janeiro, Sorocaba e São Bernardo do Campo bancaram o "Dia de Princesa", que aconteceu essa semana, na capital paulista. Às nove da manhã, elas já ganharam make e penteados dignos de um verdadeiro editorial de moda para ninguém botar defeito. Três marcas especializadas emprestaram peças e acessórios para a tão esperada sessão de fotos. Interessada na proposta das meninas, a direção da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID) cedeu o estúdio fotográfico, uma de suas salas e acompanhou todo o processo para o vídeo documentário Ditadura da Magreza.

Teve até modelo profissional "plus size" para auxiliar nas produções e a fazer olhar 43. "Foi um encontro muito bacana e fiz questão de estar aqui para mostrar que não é preciso se esconder atrás de roupas escuras ou largas. O que conta mesmo é a atitude", disse Andrea Boschim, que já atua como modelo há seis anos.

Um espectador bastante interessado no movimento destoava da composição feminina. O gerente de marketing Rafael Steinhoff, de 27 anos, não só acompanhava o vai e vêm das moças como ajudava em particular uma delas, Rebecca Steinhoff. Casados há três anos, Rafael esteve com a mulher o dia todo e a auxiliava na hora de compor os looks. "Acho essa ideia ótima. Não existe mulher mais linda do que aquela que gosta dela mesma", disse, parabenizando a ação da mulher. "Eu estou me achando linda. Não me maquiava desde o dia do meu casamento há três anos, agora vou adotar essa prática", disse a mulher.

"Eu mesma desencanei. Sou a mais velha da turma, com 42 anos, e acho que a gente tem mais é que brincar, se divertir e se amar. A gente amaciou bastante o ego com toda essa produção e sessão de fotos", disse Roberta Bittencourt. O culto às reais formas chamou a atenção de programas como Domingo Espetacular, da Record, e A Noite É uma Criança, da Band, a revista feminina AnaMaria e o site Terra (o único portal a cobrir o encontro). A proposta agora é dar continuidade aos encontros e levantar sempre a bandeira da real beleza. "Essa foi uma oportunidade de fortalecermos os laços e discutirmos sobre problemas como a diferença de numeração dos manequins, que oscilam muito de uma marca para outra. Não achei que essa iniciativa tomaria proporções tão importantes e estou muito feliz com o resultado", disse Renata.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Melancia ou acelga?

Geente minha amiga encontrou essa materia e resolvi coloca-la aqui... esse cara escreve muuuuito.... leiammmm



Sexta, 17 de julho de 2009, 07h58 Atualizada às 08h56
José Pedro Goulart
De Porto Alegre (RS)


A Playboy sempre se notabilizou por descobrir mulheres, famosas ou não, e cobrir assuntos inusitados. E também por excelentes entrevistas - talvez por estarem falando para uma revista de mulher pelada as pessoas desnudavam o verbo. Sei lá. O fato é que realmente eram boas. Tudo isso, junto a algumas paradas no distrito policial (drogas, aliciamento de menores, e a morte misteriosa de uma coelhinha), fizeram a mística da revista nos Estados Unidos. Mística que se espalhou para o mundo.

Aliás, lembro de ver a Playboy numa banca em Nova York sem aquele plástico que a envolve aqui no Brasil; na hora pensei que metade da graça se perdia: o bom era despir a revista, como se aquilo aumentasse, digamos, a experiência tátil; afinal, a Playboy sempre se valeu dos esforços solitários de adolescentes de todas as idades.

No Brasil, desfilaram pelas capas da revista as melhores e mais vistosas mulheres dos últimos trinta anos. Semana passada, porém, a Playboy pôs na capa pela terceira ou quarta vez no ano a Mulher Melancia. Quem? Houve protestos em blogs. Especialmente os que as mulheres escrevem. Como assim DE NOVO essa fruta? Quatro vezes na Playboy? Mas que decadência. E, me disse uma amiga, amarga e revoltada: mas essa Melancia é uma gorda!

Ahá, esse é o ponto. É uma gorda. Ninguém nem lembra da cara dela direito - só da melancia, apelido dado àquela bunda imensa e lustrosa; no caso, impressa em papel couché.

Mas o protesto das meninas parece não adiantar pois, surpresa, quem compra as revistas masculinas são os homens.

E a Playboy, lendária pelo seu erotismo/cabeça, desistiu de tentar influenciar o padrão e o gosto da rapaziada. Se o que vende é melancia, tome melancia. Assunto esse que vale para outros temas, e em outras revistas.A maioria das publicações hoje em dia procura saber o que o consumidor quer "antes" de publicar. Os editores reduzem o faro jornalístico - do qual dependiam para elaborar uma manchete, eleger uma capa - e no lugar dele, habituados que estão em receber pesquisas e orientações do mercado, acabam por desistir da caça à novidade. Como cães de madame que não sobrevivem sem ração de pacote.

Mas claro, as bancas também dispõe de revistas direcionadas ao público feminino. Nas capas dessas revistas há sempre mulheres esbeltas - nada, mas nada mesmo que se pareça com a Melancia. E todas trazem sugestões de como seduzir os homens; em especial com dicas de dietas.

Seria um paradoxo, não fosse pelo fato de ser mentira. Especulo que, no fundo, as mulheres não se vestem, nem se maquiam, nem emagrecem por causa dos homens. As mulheres fazem isso por uma outra e fundamental razão: causar inveja nas outras mulheres.

Se os caras da Playboy levarem isso em consideração, é possível que o próximo número da revista traga na capa a Mulher Acelga.

José Pedro Goulart é cineasta e jornalista

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Saudade..............

Saudade é solidão acompanhada,
É quando o amor ainda não foi embora,
Mas o amado já...

Saudade é amar um passado
Que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe
O que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
É a dor dos que ficaram para trás,
É o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
Aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
Passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

A chuva e a dona Joaninha


Gente grande quando quer puxar conversa começa assim:

- O que você acha do tempo carrego mais um casaco... levo a sombrinha?

Não sei se vai chover... mas se chover é porque tem que chover.

Quando faz sol tem gente que joga conversa fora, quando chove a gente joga conversa fiada dentro de casa... (deu na mesma?).

Tem gente que fala uma coisa e o outro escuta (do jeito que ele quer) daí começam a debater sobre a coisa com outras palavras mas no fundo daria tudo na mesma... é que não querem dar o braço a torcer, porque na verdade podiam respeitar a capacidade de promover acordos...

Gente grande é muito cabeçuda, complica coisas simples!

Ali tem um dia de sol querendo brincar com a chuva.

Chove para que as folhas fiquem cada vez mais verdes,
as flores cresçam se tornando mais e mais viçosas, (agora choveu o óbvio da Joaninha, a janela está aberta, fazer o que?! talvez uma delas precise entrar...por aí).

Chove para que rezemos que cesse a chuva ácida, as inundações e Cia e aprendamos a ser mais solidários....! Chove para testar se os telhados estão com goteiras, chove para que o homem perceba que por mais sábio que pense que seja nem sempre é capaz de fazer chover na hora H...

Chove por puro prazer de São Pedro ele deve apreciar a vista lá de cima... beeeem lá de cima, muito acima de qualquer avião... por que adora a chuva?!

Chove para trazer à tona o romantismo numa prosa. Quando chove a alma das mulheres, dos homens e as ruas ficam mais leves (ao menos poderiam ficar).

Chove para que as pessoas se acalmem: as que estão cansadas do calor parem de reclamar e àquelas que sentem falta da chuva tenham com que se alegrar.

Chove para que as criancinhas fiquem contentes depois que brincam de indiozinho pensando que são responsáveis pela a chuva (na verdade todo mundo sabe quem faz chover é o deus da Chuva! pobres filhos dos homens!).

No meio de um chove não molha tem sempre que chover algo de bom... chove para que as energias do espaço se alterem; bem que eu podia procurar dar alguma solução técnica, analisando como se dá a chuvarada, mas se hoje a chuva tiver que cair quero é mais que tudo exploda!!! O papo dos letrados é muito complexo para dona Joaninha, humanos adultos sempre tem explicações procurando o conhecimento de tudo tintim por tintim (pena que nem sempre apliquem o tintim por tintim que pensam saber: a Prática dá luz aos monges!).

- Tin-tin!?!

Jamais esperem que chova dinheiro das árvores, no máximo choverá papeizinhos picados antes da virada do ano novo, do topo de alguns prédios... em alguma cidade para dar mais trabalho aos garis.

Chove porque tem chover! a chuva aparece dentro dos olhos das Marias e dos Josés que vão inchando, inchando... e eles são obrigados a piscar a água com sal acumulada para o lado de fora que vai descendo pelas ladeiras nos rostos... quando estão com vontade devem soltar a chuva que estão sentindo lá dentro que está muito tempo presa, eles tem esse direito.

Tem mais é que chover, deixem a chuva chorar!!!

Chove enquanto o poeta escreve... repousando as gotas em diversas
sombrinhas coloridas...

A chuva deixa o céu limpinho para que o sol e as nuvens brancas se reencontrem, eles ficam pendurados em varal novinho em folha (no céu) aproveitando a companhia do mesmo lençol. Depois que a chuva mexeu com os rastros da natureza levantou um cheiro de mato aonde algumas joaninhas (como eu) fogem assustadas soltando um odor enjoadinho, quando esbarraram em algum graveto esquisito e se machucam! Só sei dizer que podem ocasionar certa coceira ou incômodo nas pessoas de carne e osso para que agradeçam por terem um nariz, lembrando que todos os dias podemos nos sentir felizes em um mundo que por mais que nos pareça imprevisível faz com que algo de bom caia do céu de vez em quando... Não é a água um dos principais compostos do corpo humano e da Terra?

Chove para que um ou outro possam escrever coisas cada vez mais belas sobre o mesmo assunto mudando os rumos... abaixando a poeira!

Quando chove, a música corre solta no ar, e ao pensar que existem pessoas no mundo que se perguntam nesta hora por que chove tanto?
Eu aqui, bem pequenina do jeito que todos conhecem cheia de pintinhas pretas no amarelo, vôo de cá para lá e... olho para o céu secando as
últimas gotas de chuva sobre esta minha casquinha e... SorriO.

A vida é um quebra-cabeça.......


Há um momento na vida em que precisamos pensar e repensar toda a nossa trajetória até então, onde pegamos todas as angústias, frustrações, alegrias, crenças, ideais e até mesmos os sentimentos mais obscuros – colocamos por sobre uma mesa, olhamos e contemplamos a nós mesmos. Sobre essa mesa, após despirmos o nosso ser, há um imenso quebra-cabeça, multicolorido, obscuro, um pouco sem sentido: uma vida pretensamente vista de fora.

É preciso ter força suficiente para pegar cada peça na mão, dar uma olhada mais profunda: analisar, descartar ou guardar – cada peça posta fora é motivo de risada, é passado a ser esquecido, mesmo reconhecendo que em um determinado momento tenha tido alguma importância. Nesse sentido, somos tomados por tal força que nenhuma peça é jogada fora por ressentimento, mas apenas por alegria e reconhecimento de nós mesmos. Algumas peças não são postas fora, remontamos o quebra cabeça, e outras peças guardamos no bolso, reconhecendo que um dia elas terão importância e responderão a algumas lacunas desse imenso mapa inconcluso em forma de quebra-cabeça chamado vida.

Reiniciamos a aventura, montando peça por peça… o mapa começa a ter novas cores, novos amores, novos sentidos, e ainda mais novas angústias – um caminho imenso se abre ao olhos, pássaros cantam de forma tão diferente, antigas pessoas ganham novas cores, antigas idéias remontam novos caminhos; uma constante criação de paisagens é feita, a mão se faz a própria vida, o seu próprio quebra-cabeça – e é preciso ter muita serenidade e coragem para isso!

Veremos que além do que se parece um fim, se abre ainda uma caminho maior, desértico, indescoberto… Nisso tudo, algumas lacunas vão aparecendo e crescendo ainda mais… Lembramos então, que havíamos guardado algumas peças no bolso – muitas peças! Cada lacuna é uma pergunta, e cada peça guardada é uma resposta… Assim encaixamos ali, cada amigo guardado no bolso de nossas memórias, coisas ditas que sempre têm o momento certo para serem úteis… Novamente, o quebra-cabeça toma outra cor, outra alegria, mais ainda sim, a incompletude chama para a andança da vida…

Algumas imensas lacunas se apresentam de maneira tão violenta que um tremor no estômago acusa momentos de tribulações, novos sonhos se perdem, o quebra-cabeça perde as cores, e novamente a inconclusão nos toma de assalto, nos vemos sozinhos, e se perguntamos: “Por quê? Não me encaixo em nada… Sou eu também uma peça desse quebra-cabeça?”… Um deserto por sobre o deserto, tal qual apareceu ao andarilho de Nietzsche, nos aparece, nos vemos assim: sem sentido, totalmente perdidos… Na linha tênue entre a consciência e a desconsciência de nós mesmos – quem disse que sabemos tudo de nós mesmos? Paramos, passam-se anos… e percebemos, olhando para trás – pois o quebra cabeça é como estrada que construímos para a nossa andança -, que cada vez que se encaixamos entre as peças do nosso quebra-cabeça, estávamos de um jeito diferente: uma mesma peça que se encaixava hora de um jeito e hora de outro, mas permanecia o mesmo e ao mesmo tempo diferente… E assim, totalmente entregue à vida, um pouco estóico, esperamos um novo momento, uma nova lacuna, para sacar de nosso bolso um amigo, e sacar de sua alma nós mesmos… Em um movimento constante de junção de peças, criação e amor: a nossa própria vida.

Suco de Couve...... bom pra que?


Ingredientes:

- 3 folhas grandes de couve
- 500 mL de água gelada
- 1 limão
- Açúcar, mel ou adoçante a gosto

Modo de fazer:
Corte o limão em 4 partes, retire a parte branca central e bata inteiro (isso, com casca e tudo) com a couve e a água no liquidificador. Coe, adoce e sirva em seguida.
*Por levar o limão inteiro, precisa mesmo ser consumido imediatamente.
**Gosto de pôr pouca água, somente para poder bater. Gosto de sentir bem o sabor da fruta os verdura que dá nome ao suco. Nada de suco águado nem melado p/ mim.
—-
Clique aqui para ser direcionado para o site “Que tal um risoto?”

É bom pra quê?:

Este é um suco com fama estabelecida e. apesar de suas inúmeras propriedades, não substitui o prato de salada de seu cardápio, isso porque, apesar das vitaminas, vão faltar fibras e essas são indispensáveis ao bom funcionamento do intestino. Com os coquetéis verdes, é possível reunir grandes quantidades de nutrientes em uma pequena refeição. No entanto, eles servem apenas como complemento de uma dieta balanceada. A couve é um vegetal rico em cálcio, fósforo e ferro, além de todos os minerais que são importantes para os ossos, dentes e sangue. Suas folhas possuem ainda vitamina A, B e C, excelentes no tratamento de doenças e aumento da boa visão, saúde, pele, aparelho digestivo e sistema nervoso. Na verdade, esta hortaliça é um laxante natural, tamanha quantidade de fibras que possui. É eficaz no combate à asma, bronquite, enfermidades do fígado, cálculos biliares, renais, hemorróidas e a menstruação difícil e dolorosa. Suas propriedades curativas são tantas que, em caso de febre, costuma-se aplicar um cataplasma refrescante da folha de couve sobre a testa do paciente. Quando cozidas no vapor e aplicadas de hora em hora como um cataplasma quente, produzem excelentes resultados no combate à artrite e dores reumáticas. Para aliviar o desconforto das úlceras e auxiliar na sua cicatrização, nada melhor do que, todos os dias pela manhã, em jejum, tomar um copo de leite batido com uma folha de couve. A composição desse suco refresca e produz efeitos surpreendentes em pouco tempo.

Sem amor......


A inteligência sem amor, faz-te perverso.

A justiça sem amor, faz-te implacável.

A diplomacia sem amor, faz-te hipócrita.

O êxito sem amor, faz-te arrogante.

A riqueza sem amor, faz-te avarento.

A docilidade sem amor, faz-te servil.

A pobreza sem amor, faz-te orgulhoso.

A beleza sem amor, faz-te ridículo.

A autoridade sem amor, faz-te tirano.

O trabalho sem amor, faz-te escravo.

A simplicidade sem amor, deprecia-te.

A lei sem amor, escraviza-te.

A política sem amor, deixa-te egoísta.

A vida sem AMOR... não tem sentido!

(Desconhecido)

Actualizado em ( Segunda, 23 Junho 2008 11:52 )

No amor redundâncias são sempre permitidas…


“Para quem ama, o ser amado aparece sempre como um solitário”. (Walter Benjamin).

Hoje as minhas mãos estão trêmulas devido às diversas ansiedades que vagam e ecoam pelo meu ser. Tenho a percepção que o meu espírito quer fugir do meu corpo, como um pássaro que se bate em uma gaiola – a minha alma anseia por vôos mais altos: quero tocar as estrelas e ser uma delas. Queria poder conquistar o mundo, vivendo simplesmente, mas os olhares e as indiferenças alheias me jogam cada vez mais para dentro de mim, me vejo em um cenário corriqueiro: meu quarto estremecido por palavras que não encontram interlocução, e canções que fazem com que eu me atire em um abismo sem fim. Penso muito naquelas palavras: “Vocês não ouvem esses gritos assustadores ao redor que habitualmente chamamos de silêncio?”, que li na sublime abertura do filme: “O enigma de Kaspar Hauser”; essa questão somente encontra uma resposta quando percebemos o quanto o mundo nos empurra para uma profunda solidão. Hoje a chuva banhou o meu ser: aquele banho de água fria tão necessário para se cair na realidade – me sinto um Werther, que sofre por ter as suas vontades frustradas, se perde nos artifícios da vida e entende que a realidade não é tão simples assim. Quando se colocamos no lugar do outro o mundo se torna ainda mais cruel, pois mesmo tendo a percepção que o ser desejado o deseja também, compreende que o olhar distante e opressor de um terceiro é como arma que destrói lindas possibilidades – elas se perdem nas nossas neuroses, que são reais e nos vencem sempre, nos sentimos perdedores de nós mesmos… Quando se tem um mundo que é meio para se alcançar a redenção – aquele mundo cristão -, nos tornamos cegos e desprezamos o que é pouco e simples, sempre com o anseio de que devido ao nosso “merecimento”, o mundo ideal será melhor, e com isso, nos tornamos reféns de uma insana e covarde resignação. Na fé que temos guardamos uma saudade de futuro e perdemos o que jamais tivemos – a ação é refutada antes mesmo de ela acontecer! Nós humanos, eu e você, preferimos o conto de fadas, o amor de folhetim, aquele onde o outro larga tudo para se dedicar exclusivamente a alguém – em um plano ideal tudo é mais fácil. Criamos, ou melhor, recriamos histórias que jamais serão nossas, mas quando acordamos na noite, sentimos, ao olhar para o lado, que estamos sozinhos e que a realidade não é ficção – isso dói. O desamparo no caminho, cada vez mais difícil, nos dá uma sede de livros, de respostas que não são nossas. Olhamos para o céu, que geralmente é o teto de nossos quartos, e descobrimos – assim como Kasper Hauser – que o nosso quarto é maior que o mundo, pois conseguimos contemplar cada canto desse mundo, no entanto, ele é frio, ele é solidão – Ah… Esse mundo é confortável em alguns momentos e angustiante em outros tantos. O telefone não toca, a música se repete, a história que queria se viver se perde nesse “imenso” mundo onde os trópicos cruzam paredes cada vez mais frias, e os horizontes são janelas ou portas que jamais se abrem para as pessoas que mais desejamos. Às vezes temos a idéia de que o mundo não é para nós e justificamos a nossa tese na religiosidade e na filosofia, pois é mais fácil termos respostas que não são nossas. No entanto, elas nos confortam na maioria das vezes, como se ouvíssemos os conselhos mais certos para a construção de um caminho que insistimos em trilhar mesmo resistindo. E se acordássemos algum dia desamparados, orfãos de uma idéia de Deus, jogados a nossa própria liberdade, não seria o mundo mais belo? Teríamos coragem suficiente para vivê-lo? Não seríamos nós heróis? Nesse mundo desamparado, teríamos no amor, uma possibilidade de redenção; mudaríamos os nossos destinos em um piscar de olhos e chegaríamos a conclusão que a única missão que temos é sermos livres querendo que os outros também o sejam… Há coisa mais linda que isso? Ver o ser amado vagando livre pelos bosques onde os pássaros cantam a glória de duas vidas que se encontram nesse mundo do acaso, onde temos um compromisso com nós mesmos. O mundo com certeza se fecharia nesses dois seres que de alguma forma se deleitam com a presença um do outro, o olhar alheio já não interessa, eles são únicos um para o outro… Talvez assim, quando essas duas pessoas se amarem o mundo se fechará nelas mesmas e as suas existências se justificarão nas suas próprias existências – no amor redundâncias são sempre permitidas.